sábado, 10 de outubro de 2009

Amigos leitores:


Quando publiquei parte do texto "A Literatura como ponte para a Educação", certamente, não ficou explícita a minha fala sobre a Casa da Bruxa e a Casa do Conto. É que esse assunto tem continuação e é muitíssimo interessante. Ele fez parte da minha monografia, quando terminei um Curso de Pós-graduação.

Vou falar um pouquinho sobre as duas Casas. Ambas são Casas onde o imaginário aflora, onde histórias e mais histórias são contadas por profissionais contadores de histórias ou por pessoas amantes em transmitir histórias para encantar crianças, adolescentes e adultos. Sim, porque acredito não haver ninguém que não se envolva com a beleza que o encantamento proporciona no ser humano.

A Casa da Bruxa é mais antiga. Fica na cidade de Curitiba, no Paraná e a Casa do Conto está situada na cidade de Americana, interior de São Paulo.

A diferença entre as duas é a localização onde elas estão. A Casa da Bruxa está no meio de um bosque encantador, o Bosque do Alemão, onde uma grande escadaria nos leva a uma verdadeira floresta mágica, com altos e baixos em seu caminho, numa trilha de pedras, ladeada por densas plantações. No decorrer desse caminho, deparamos com pequenas esculturas de cimento, revestidas por antigos azulejos onde estão escritos e desenhados cada parte de um dos livros da Literatura clássica, a história de "João e Maria".
Em frente a cada escultura, um banco de pedra para as pessoas que por ali passarem, possam ler e apreciar se deliciando com os encantamentos dessa bela história. Os desenhos ilustram cada situação vivida por João e Maria, os meninos perdidos na floresta, o convite da bruxa má transformada numa boa anciã. Tudo ali era propício para o cenário daquela história. A Casa da Bruxa fica de frente para um lago com uma pequena queda d'água. Ao redor, os pássaros encantam com seus cantos prazerosos e aquele visual se transforma numa verdade bucólica. É o ápice da emoção da história dos Irmãos Grimm se misturando com a perfeição local.
A Casa da Bruxa é toda decorada tal como uma casa de bruxa e as contadoras de história que lá trabalham se vestem a caráter, como bruxas.
O Bosque do Alemão está no bairro da Vista Alegre em Curitiba e é a antiga chácara da família Schaffer, imigrantes alemães.

A Casa da família Hermann Müller, imigrantes alemães, do início do século passado, hoje é a Casa de Cultura Hermann Müller, em Americana situada no bairro da Carioba, o mais antigo da cidade. Dentro desta mesma chácara, existia uma casa menor, um pouquinho afastada da casa dos Müller. Esta casa transformou-se na Casa do Conto de Americana. Está também situada num bairro aprazível e próximo a um riacho que trás sons bucólicos ao local.

A Casa do Conto é toda decorada com magia e encantamento, sendo que a professora responsável pelo local tem como personagem principal a “Tininha”. A professora tem auxiliares que ajudam ao trabalho de contar histórias para as crianças da Rede municipal de Americana.

O objetivo principal das duas Casas do Conto é contar histórias, levando as crianças ao encantamento, ao vôo da imaginação, à criatividade e, principalmente, desenvolvendo o gosto pela leitura, formando cidadãos que sintam prazer no hábito da leitura.

“Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas e muitas histórias... Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descobertas e compreensão do mundo...”

ABRAMOVICH, Fanny (1983:p16)

domingo, 27 de setembro de 2009


Este é o 2º livro da Coleção "Aventuras da minhoquinha Samira". "Samira vai ao Parque Ecológico" relata o passeio de Samira, Pedrinho e seu amigo Lucas a um parque zoológico. É interessante ver os animais do ponto de vista da minhoquinha, que sente fortes emoções ao conhecer cada espécie. Vamos percorrer com eles os caminhos do parque e nos divertir com as descobertas de Samira?! Será que você adivinha quais foram os animais que Samira conheceu e quais as impressões que teve de cada um?


OBS:Esse livro tem bonitas imagens de um zoológico, abordando algumas diferenças entre mamíferos, aves e répteis. Como foi o primeiro passeio de Samira, ela se emociona e algumas vezes se espanta, chegando até a voar na sua imaginação ao se deparar com animais nunca vistos antes. Lucas é um personagem com tiradas inteligentes, ajudando a Pedrinho a dar explicações à Samira de cada animal que ela vê.Seu texto é um pouquinho mais extenso, porém de fácil leitura. Adequado para a faixa etária de 6 a 9 anos de idade.


Todos os livros da Coleção "Aventuras da minhoquinha Samira" são ilustrados por Paulo Roberto Masserani


Este é o 1º livro da Coleção "Aventuras da minhoquinha Samira". O livro conta a aventura de uma minhoca muito corajosa e esperta. Ela gostava de viver debaixo da terra, trabalhando, produzindo adubo e sendo útil para as plantinhas. Num dia inusitado, ela foi parar dentro do balde de um pescador, onde quase virou isca. Por sorte, encontrou um menino que lhe fez uma proposta. Mesmo desconfiada, resolveu aceitar. Qual será o destino de Samira?


Obs:O livro trabalha ciência, solidariedade e responsabilidade. O tema desse livro abrange a faixa etária de 6 a 9 anos de idade. É uma história que prende a atenção das crianças pelos momentos de suspense, pelo interesse ao conhecerem os hábitos das minhocas e saberem como é construido um minhocário, levando às crianças a aflorarem o sentimento de solidariedade.

sábado, 26 de setembro de 2009



Lunix, um menino espacial, passeava pelo Universo em sua motonave quando encontra a Lua Nova muito triste por estar toda apagada. Conhecedor dos fenômenos da Natureza, ele a ajuda a entender o porquê de ela ficar sem claridade durante essa fase, ensinando-lhe como ocorre o ciclo lunar (a viagem da Lua em volta da Terra). Será que a Lua entendeu a explicação de seu amigo?

O livro é repleto de belíssimas ilustrações que certamente encantarão as crianças que encontram-se na fase de estudo do ciclo lunar.

Ilustrador: Heitor Furtado


O texto do livro foi revisado por Carlos H. A. Andrade, astrônomo do Observatório Municipal de Americana, em 2007.




O Chaveiro Mágico

O livro trata de um presente especial que dois irmãos recebem num dia de seus aniversários. Mesmo sendo muito simples, tinha um valor educativo muitíssimo grande. E isso iria encantar as crianças e os adultos, pois nele havia uma mágica imprescindível, "um truque de boas maneiras", para o bom relacionamento de todos. Além do mais, o livro é agradável por ser todo escrito em rimas. Vamos verificar qual será o truque da mágica do chaveiro que tanto agrada a todos?


Ao adquirir o livro, junto vem um chaveiro com cartões coloridos. Neles estão escritas as palavrinhas mágicas de boas maneiras que todas as crianças devem saber desde pequeninas.


Boneco de Pau com cara de ...

  "Boneco de Pau com cara de ..." é uma história que começa relatando as dificuldades de adaptaçõa de uma criança no inicio da sua vida escolar, descrevendo os medos, que a fazem criar bonecos assustadores, no seu imaginário.  A professora ajuda seu aluno na adaptação, trabalhando a inclusão social entre todos da classe, através de atividades voltadas para o pensar e a reflexão, tendo como pano de fundo a Filosofia.
Sugestões para utilização do livro:  O livro pode ser trabalhado em diferentes momentos, por vários tipos de leitores. 
* Grupo de crianças na faixa etária de 8 a 10 anos de idade; ao ser proposta uma reflexão do texto ou uma simples leitura recreativa.
* Reunião de professores  para discutir situações similares à de seus alunos, traçando diretrizes de como agir em sala de aula.
* Reunião de pais e professores para que possa haver melhor entendimento entre a família e a escola, visando sempre o benefício da criança.
* Grupo de alunos do magistério na elaboração de um seminário sobre problemas comportamentais nas aulas de Psicologia da Educação.
* Alunos universitários que, a partir do tema abordado no livro, desenvolvam atividades complementares ou uma monografia nas áreas de Pedagogia ou Filosofia.    
                                                 

A Literatura como Ponte para a Educação

A literatura como ponte para a educação

Os livros são umas das mais preciosas fontes de saber que gera a educação social, psicológica e moral dentre as muitas áreas as quais ele abrange. Qualquer que seja a leitura infantil é válida, uma vez bem escolhida para a faixa etária a qual será destinada. Aos poucos, o acúmulo de informações trazidas pelos conhecimentos transmitidos com a literatura e suas ilustrações ricas em encantamentos preparam a criança para a vida.
Quando as crianças alcançam a idade escolar, a professora já tem maiores chances em trabalhar uma literatura mais elaborada, que exija maiores detalhes de atenção,dependendo da idade do aluno. É o momento de resgatar os bons textos fazendo com eles uma leitura diária, que pode ser em capítulos, de modo que as crianças acostumem seus ouvidos a receber textos de valor literário direcionado para a turma infantil.
Através da literatura todo um processo educativo é desenvolvido.A partir de uma história, um poema ou um conto desenvolvemos projetos políticos pedagógicos de grande importância para o desenvolvimento global da criança.
O pensamento lógico, a criatividade, a maneira correta de falar, o aumento do vocabulário, o modo de se expressar tudo isso faz parte de um pacote educativo oferecido pelo contato com a literatura.
“A literatura para crianças tem que obedecer às diferentes fases do desenvolvimento intelectual...” CARVALHO, Bárbara Vasconcelos (1960: p.152)
Podemos classificar em três as fases de interesse da leitura dos pequeninos: a egocêntrica, a racional, e a do realismo. A fase egocêntrica também chamada de fabulação vai dos 4 aos 7 anos de idade, quando a criança trabalha seu imaginário. Neste período a faculdade representativa supera o pensamento crítico. Tudo em torno do extraordinário lhe é encantador. Os espaços físicos que não existem no mapa, os personagens muito pequenos, os gigantes, os fazedores de coisas não comuns, as mudanças bruscas de comportamento, aliado ao drama no qual o personagem sofra até conseguir o desejado lhe é fascinante, deixando a criança com um prazer indescritível.
A segunda fase, dos 8 aos 11 anos, é a fase da ação, da socialização, do racionalismo, embora os prazeres dos contos maravilhosos tenham sempre um lugar reservado na preferência destas crianças. Esta fase é de transição entre a infância e a adolescência portanto uma fase de inquietação. Os contos de aventuras, viagens heróicas e peripécias mirabolantes são leituras que as fascinam.
Dos 12 aos 15 anos estão os novos adolescentes vivendo a terceira fase da preferência literária. É a fase do realismo, do drama sentimental. Os textos de José de Alencar, Taunay, Joaquim Manuel de Macedo e traduções de gênero romântico são as preferências destes jovens leitores. As características desta fase fazem parte da adaptação destes novos leitores ao acesso à literatura infantil e infanto-juvenil levando-os ao prazer da boa literatura.
Muito importante é a influência que vem do contador de histórias, por sua força ao ser veículo de transmissão do autor, sua maneira de expressar-se, sua linguagem, sua emoção, seu realismo, sua ação, que mesmo devendo ser simples, deve também ser poética e elevada.
O educador, estando a par das evoluções da criança dentro de sua faixa etária, certamente, terá maior facilidade em fazer uma escolha literária mais adequada para seus alunos de modo que eles possam, com maior interesse, chegar a resultados positivos na aprendizagem.
A ponte que liga a literatura à educação tem uma riqueza de conhecimentos a serem adquiridos. Em todas as áreas podemos penetrar através da literatura bastando que saibamos, como professores, escolher o que lhes é propício. É proposto, através da literatura infantil, o desenvolvimento das estruturas específicas nas diversas áreas do conhecimento proporcionando à criança momentos de experiências cognitivas e de relacionamento social. Com ênfase na fantasia literária, o educador pode buscar o incentivo em novas técnicas de ensino que facilitem à aprendizagem, ao desenvolvimento crítico e social, à criatividade em todo o processo interdisciplinar que deve acontecer nas escolas atuais. Partindo desta certeza, posso valorizar os trabalhos das Casas do Conto, que, uma vez bem orientados, os contadores de histórias tornam-se agentes importantes que atuam dentro do imaginário da criança, contribuindo em sua formação.
“Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas e muitas histórias... Escuta-las é o início da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor
é ter um caminho absolutamente infinito de descobertas e compreensão do mundo...”
ABRAMOVICH,Fanny (1983: p.16 ).
É aí o momento mais importante desse processo de aprendizagem - a interpretação que a criança passa a ter de sua realidade sobre o mundo. Seu desenvolvimento enquanto pessoa crítica, ativa e consciente começa a ser estimulado quando ela, através da literatura e do uso da sua imaginação, passa a ser agente transformador do mundo em que vive, manifestando e expressando, suas próprias idéias.
Todo bom educador e algumas famílias pretendem que suas crianças e seus jovens tenham a literatura como finalidade certa de lazer e enriquecimento no decorrer de suas vidas. Para isso colocam livros de vários gêneros, tipos, formatos e tamanhos em suas mãos, massificando o produto numa esperança que tal milagre aconteça. Nada mais louvável que esta intenção. Sabemos que a educação é melhor assimilada quando adquirida através de exemplos. Palavras nem sempre surtem tanto efeito.
Ao contrário dos produtos prontos como filmes, programas e novelas, o livro exige do leitor maior grau de concentração e trabalho no seu imaginário com a criação do que lhe é proposto nas palavras do autor. A leitura em si , a riqueza na formação das imagens que o cérebro constrói, a persistência do próprio leitor, tudo entra em choque com as facilidades oferecidas na vida atual. Seria esta uma conclusão simplista?
Segundo a autora, CUNHA, Maria Antonieta A., em seu livro Literatura Infantil Teoria e Prática, sim. Há crianças que dedicam-se aos livros com grande interesse assim como aos jogos, que precisam de um trabalho mental tão desgastante quanto ao da leitura.
A mesma autora ainda ressalta a importância de a escola procurar desenvolver no aluno formas ativas de lazer – aquelas que tornam o indivíduo crítico e criativo, mais consciente e produtivo, tendo, portanto, a literatura papel relevante neste aspecto.
Na minha opinião, o número de leitores mirins e jovens não são significativos em relação à interesses por outras atividades “ mais atraentes”. Na verdade é que o adulto não se relaciona bem com o livro, explorando mal este campo, sem levar à criança e ao jovem a literatura de maneira adequada e agradável. Se a criança não está acostumada a ver seus pais dedicarem algum tempo de seu dia para a leitura, como podemos dizer que a leitura faz parte de seu dia-a-dia?
O adulto tem consciência pouco clara de sua própria relação com o livro e sobre a importância do hábito de ler.
Argumentar com a falta de tempo e o cansaço para justificar a pouca ou nenhuma leitura é desconhecer que exatamente o cansaço nos obriga a criar um tempo para o descanso, para o lazer. E esse tempo é, realmente, criado por todas as pessoas, só que não é ocupado com a leitura. Quer dizer o livro (sobretudo o de literatura) não é uma opção de lazer, não significa prazer para a maioria dos adultos.
Tornou-se, portanto, um triste círculo vicioso. Adultos e crianças numa ciranda, falando e convivendo com livros, sabendo do seu valor maior e sem conseguirem concretizar o hábito prazeroso da leitura.
A conscientização primeira deverá ser trabalhada entre os adultos, através de palestras, num maior número de grupos que pudermos chegar. Partindo a seguir para as crianças.
Crianças, que se criam vendo o saudável hábito em pelo menos um dos membros de sua família, têm maiores chances de continuarem pela vida com o uso contínuo de livros sentindo um prazer equiparado ao da primeira infância, quando a criança ama o livro tanto quanto seu brinquedo predileto.
A experiência de educadores dos primeiros anos escolares mostra que a criança vê o livro como um brinquedo tão interessante como os demais. O adulto não pode deixar esta ligação, entre a criança e o livro, se perder. E nada mais saudável para uma conscientização do que começar com exemplos – o exemplo da leitura, mesmo a
mais simples, deve estar sempre presente entre os pais, educadores ou quem tem relação direta com a criança. Só assim conseguiremos enraizar na criança, aquela sementinha plantada no início de suas vidas, ao oferecermos o simples manuseio de livros e o conto de histórias.
A evolução da criança é caracterizada através da literatura didática e recreativa. A didática requer e exige ensinamentos claros, linguagem correta e simples, documentação e pesquisa. A recreativa é a leitura encantada, agradável que também é cultural – a literatura infantil. Tem por objetivos formar e desenvolver o hábito e o gosto da leitura, disciplinar a atenção, estimular a inteligência e a memória, cultivar a imaginação, aperfeiçoar o caráter e, sobretudo, edificar a moral e seus valores éticos e estéticos.
A Casa do Conto e a Casa da Bruxa deverão ter esta grande finalidade, oferecerem às crianças o incentivo á Cultura. Além de contarem histórias, trabalharem poesias, lerem pequenos contos, darem subsídios para confecção de trabalhos artísticos, oportunidade aos pequenos escritores, explorarem o prazer pela leitura, no momento do manuseio dos livros e ressaltarem a arte das histórias encenadas, o teatro.

“Através dos contos infanto-juvenis, das fábulas, do teatro, do folclore, transmitidos e orientados pelo professor, é que acontece a notável obra do empreendimento em educarmos integralmente.” CARVALHO, Bárbara Vasconcelos de in Compêndio da Literatura Infantil – p.156.